Hoje gostaria de falar-vos de coisas bem mais alegres do que isto. Mas não. E por opção, nem sequer devia falar da vida dos outros. Sim, não é o meu género estar a falar disto e daquilo de uma determinada personalidade. Mas se é com os erros que nós aprendemos então que seja. Nem que esses mesmos erros sejam de pessoas que nos são 'totalmente' desconhecidas.
Falo-vos de um 'colega' de trabalho que nos está subcontratado(à minha empresa), de apenas de 18 anos. Até aqui nada de invulgar. No entanto, o seu histórico, já sim, é mais invulgar. O seu nome é Cristiano, coisa que soube apenas à poucos dias, apesar de já estar a trabalhar conosco à duas semanas. E só sei o nome dele agora porque sempre o tratamos pela sua alcunha: Mitra, e é com orgulho que ele expõe essa alcunha no seu capacete. Até aqui nada por aí além.
Do que pude constatar, é natural da Cova Gala daí a sua alcunha começar a fazer sentido. Na sua maneira de ser, que os próprios 18 anos mostram, o Mitra aparenta ser ingénuo, sem sequer pesar o valor de cada palavra que diz e expondo partes da sua vida que deveriam se manter privadas. Sim, deviam ficar privadas, mas de facto não, senão não teria razões suficientes para estar aqui a escrever sobre ele.
E nisto, ele conta-nos partes da vida dele tão obscuras. Julgo que não terá completado a escolaridade obrigatória, isto porque começou a vender droga ou outras substâncias ilícitas e foi apanhado na sua posse. Ora isto aconteceu à dois anos atrás, e soube isto porque ele teve que faltar um dia ao trabalho para ir ao tribunal. E eu cá para mim penso que para ser apanhado à dois anos, nessa altura nos seus 16 anos, ele deve ter iniciado o tráfico lá pelos seus 15 ou mesmo 14 anos.
Actualmente, o seu modo de vida inquieta-me. É pai de um filho e vive junto com mulher de índole brasileira e com pouco jeito para uma vida a dois, afinal ele ainda não passou a adolescência. É um vendedor nato, qualquer objecto é motivo para fazer negócio. Mesmo que esse objecto não lhe pertença e incrivelmente arranja maneira de um gajo se interessar, aliciando com um preço baixíssimmo e com a aquela básica da economia de se criarem necessidades. Considero-o um puto a ter respeito, menos não seja pelos contactos que possui do tempo em que ele passava droga. Diz-se capaz de fazer frente a toda a gente que se meta no seu caminho, pois, basta-lhe contactar um ressacado para resolver o problema. Nestas palavras custa-me acreditar nelas... Mas é melhor respeitar o puto.
No trabalho, e com o seu telemóvel com leitor mp3 está, sempre que possível, a ouvir música, música sem género, sem uma linha de gosto precisa, ouvindo disto e daquilo, com se estivesse sempre sob o efeito de uma ganza, se é que não está mesmo. Ao ponto de ter a indecência de oferecer ao meu chefe um pouco da sua ganza.
Só para contrariar, deveria ser trabalhador, mas não.